Tenho trabalhado em escolas particulares, curso técnico de formação profissional no Ensino Médio, professora no município do Rio, onde atuei também com crianças e jovens especiais. Fui professora no Seminário na ASDD e de Classes de Escola bíblica (do maternal ao SETEB). Desde dezoito anos de idade, lido com ensino.
Li muito material sobre o assunto; Paulo Freire, Maria Montessori, Vygotsky, Piaget, Emília Ferreiro, Celestin Freinet, Jerome Brunner, Dewey, Karl Marx, Carl Rogers, e outros tantos. Das idéias behavioristas às neurociências, de tudo um pouco, para conseguir melhores resultados nas classes por onde passei. Posso dizer com toda certeza, que cada uma delas foi um grande desafio físico e mental.
Aprimorei meu trabalho com técnicas, métodos e desenvolvi processos de aprendizagem, para obter resultados melhores ao final de cada ano letivo e confesso que ainda falta muito a aprender. Cada clientela é um novo caminho.
Quando você trabalha com crianças de comunidades carentes, onde a finalidade de um jornal é colocar no chão molhado do banheiro, tudo parece impossível. Mas não é. No que diz respeito a parte que cabe ao professor, eu dentre tantos outros “professores educadores”, fazemos nossa parte com louvor.
Qual é o problema, então?
O grande impasse fica na pergunta: Por que os professores tão preparados, com tantos cursos, graduações, atualizações etc., não conseguem diminuir os dados estatísticos do analfabetismo? “17 abr. 2011 – Segundo dados da Unesco, a América Latina tem 25 milhões de analfabetos, principalmente no Brasil e México, países mais populosos...(fonte:google)
Na verdade, o professor tem “uma” parcela dentro desse contexto. É necessário que haja uma parceria séria e irrestrita, com a educação: área de saúde com pediatria, psicologia, fonoaudiologia, audiometria, oftalmologia, dermatologia; com a área social, com assistentes sociais, num trabalho de campo junto ao conselho tutelar. Existem muitas crianças em situação de risco nas suas próprias casas, sofrendo abusos de toda ordem, vendo seus pais espancando suas mães, chegando alcoolizados e quebrando o pouco que resta dentro de casa, usuários de droga que muitas vezes iniciam seus próprios filhos, irmãos ou enteados no vício.
Não é possível conseguir resultados com crianças que mal tem o que comer, que trabalham nos sinais à noite e dormem na sala de aula durante o dia, meninos e meninas que se prostituem para ajudar a mãe que tem oito filhos de pais diferentes e nenhum companheiro para dividir com ela as despesas da sobrevivência. Sem falar nos baixos salários do professor que mal tem tempo de descansar ou ler, tamanha é sua jornada de trabalho, para viver com o mínimo de dignidade.
O sistema político educacional do nosso país há muito vem se baseando no princípio da alienação, propagando a ignorância. Os cursos são concluídos porém o aluno não sai dele com o discernimento necessário para fazer escolhas políticas, para avançar seja num curso subsequente, técnico ou faculdade. Até mesmo passar num concurso para melhoria da sua vida profissional! E ao professor, não podemos imputar a culpa do fracasso.
Alunos da rede privada:
Sabemos que o aluno das escolas particulares tem na sua maioria um aproveitamento melhor que os do ensino público. Porém, isso se dá por que os mesmos tem seus pais que possuem um poder aquisitivo e cultural maior. São pais que cobram dos seus filhos o retorno do investimento feito no ensino privado. São famílias onde encontramos o jornal, a revista, o computador, os livros de história. São crianças que viajam muitas vezes, vão ao cinema, ao teatro. Isso acrescenta à sua vivência com o “mundo letrado” o que facilita na hora em que ele vai à escola.
Creio que muitas dificuldades que os alunos apresentam, se devem a falta de pertencer conscientemente a um mundo que usa a leitura e a escrita para tudo. Um percentual considerável no Brasil escreve seu nome, lê frases simples, efetua cálculos básicos mas não interpreta o que lê, o que impossibilita seu desenvolvimento pessoal e profissional (o que chamamos de analfabeto funcional).
Segundo a UNESCO (2005) somente 14% da população tem o hábito de ler, pode-se afirmar que a sociedade brasileira não é uma sociedade leitora.(fonte: Google)
Ainda há tempo:
A formação do hábito da leitura desde que a criança nasce é fundamental. A leitura infantil é uma ponte para a imaginação, para a criatividade, para as artes. A leitura na infância desperta emoções e sentimentos significativos para a criança. Porém você que é adulto, também pode começar a apreciar a leitura: è uma questão de querer e se quiser, disciplinar-se. Comece a ler 5 páginas, um capítulo todo dia de um assunto que desperte seu interesse e depois vá aumentando gradativamente. Quando você perceber, estará lendo livros inteiros e rapidamente.
O Cristão leitor:
Esse texto vem trazer um alerta, aos pais e responsáveis por crianças e adolescentes, pois precisamos investir mais na leitura deles. Uma criança que não recebe livros de história de presente, que não ouve seus pais contando histórias para eles, que não observam seus pais lendo um jornal ou um livro, dificilmente se interessarão por leitura.
Até mesmo a leitura da bíblia sagrada. Como vamos incentivar nossos filhos conhecerem a Deus e seus preceitos, se não damos exemplo lendo a bíblia? Não lendo para eles as histórias infantis escritas para cada faixa etária contidas no livro sagrado?
É por esse motivo que muitos crescem sem conhecer a Palavra de Deus. Não gostam de ler, quando tentam não compreendem o que leram e desistem. Ouvem os pregadores ensinando sim, mas muitas vezes tem dificuldade até de compreender o que foi ensinado. É verdade que existem exceções. Mas aquele que vai apreciar a leitura e o estudo da Palavra do Pai, o fará mais facilmente se tiver sido acostumado desde pequeno com as letras.
A bíblia nos ensina que o Espírito Santo nos ajuda a entender, que Deus se revela em sua Palavra e nos revela seus ensinamentos. Mas precisamos saber ler e principalmente ter o hábito da leitura da bíblia!
Numa ocasião, onde se falava não de leitura, mas sobre filhos e casamento, Jesus disse: “Errais, não conhecendo as Escrituras, Nem o poder de Deus.”
Mateus 22:29
Para conhecer as Escrituras, é preciso ler! Para entender o Plano de Salvação de Deus para nossas vidas, precisamos alimentar nosso espírito com a Palavra de Deus. Para vivermos em obediência a esse Deus que nos criou, é preciso conhecer os preceitos que Ele nos deixou. E para conseguirmos estes propósitos, precisamos curvar nossas cabeças e pedir a esse Deus maravilhoso que tenha misericórdia de nós e nos ajude a ouvir sua voz e compreender Sua vontade para nossas vidas!
Ele nos ama e quer reinar na vida de todos nós!Que bom que você fez esta leitura!
Carinhosamente,
Soraya Barros.
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