sábado, 25 de junho de 2011

FUTEBOL: SANTOS X CRISTÃOS

Cresci assistindo jogos de futebol no Maracanã.  Meu pai (quanta saudade), não teve um filho homem e me elegeu para ser sua parceira nas tardes de domingo. Acompanhei o início de carreira de Zico e recordo-me da sua atuação fantástica em campo.
Lembro-me bem do povo levantando num movimento único das arquibancadas, ovacionando em uníssono; e na hora dos gols... era realmente emocionante! As bandeiras balançadas pelo povo e pelo vento, os gritos e pulos, abraços entre os parceiros e torcidas organizadas, choro de emoção, os fogos de artifício... chegava a ser poético. Uma poesia com vida e calor humano, um cheiro de suor e lágrimas de júbilo.
Não saiu da minha memória também, a saída do Maracanã, ao término do jogo. Eu mal punha meus pés no chão para descer a rampa. Eram tantas pessoas, que meu pai me segurava fortemente e eu descia no embalo dos corpos literalmente comprimidos; que me ajudavam a flutuar. Era impressionante e quase inacreditável.

Preciso ser bem sincera; eu não entendo muito de futebol.  Assistir algumas partidas quando meu time joga, em final de campeonatos ou na Copa do Mundo, não faz de mim uma  expert no assunto.  Sei o hino do meu time e nome dos jogadores, uma notícia aqui, outra ali.  Mas nessa última quarta-feira, assistindo à final com o Santos e o Penarol, algo que já vinha ruminando no meu interior, incomodou-me de tal forma que precisei expor meus sentimentos e compartilhar com você.

Até determinado momento, coisa de aproximadamente um ano, quando meu time ganhava no domingo, eu já entrava na igreja com sorrisinho jocoso; sem nada mencionar, meu rosto já esboçava a vitória! Os irmãos dos times adversários, que já estavam desde cedo no ensaio do ministério de louvor, já sabiam que time havia ganhado naquele final de tarde. Seus olhares de decepção me enchiam de uma soberba ridícula, que passou a me incomodar.  Dessa percepção que eu tive, dos olhares tristes dos irmãos que eu tanto amo, houve uma mudança no meu interior. Eu dei mais um passo na área do “amadurecimento”. Eu decidi não me incomodar mais com vitórias e derrotas e muito menos ficar sentindo tanto orgulho do meu time. 

Essa história, tem os dois lados da moeda, pois também precisamos refletir na cena que eu descrevi acima, quando da minha chegada  e o olhar dos irmãos de decepção e tristeza, pela derrota de seus times. A derrota também consumia!

Com o passar do tempo, eu comecei a perceber o quanto  isso era pernicioso, que era uma bobagem e que isso era no mínimo infantil...sentimentos mesquinhos, orgulho, soberba, sentimento de superioridade, (nas vitórias), tristeza, raiva, vergonha nas derrotas. Sei que a maioria já teve a oportunidade de ver quando um time perde, crianças chorando, homens chorando como crianças, familiares que ficam cabisbaixos, sorumbáticos... e no dia seguinte, ter que encarar os colegas de trabalho!

Nos últimos campeonatos de 2011, eu já não me senti à vontade, e quero que você entenda, não por que eu não tenha gostado da vitória do meu time, mas não tive satisfação em gabar-me com as vitórias.  Afinal, tinha gente triste com a outra camisa (no caso de um dos campeonatos).   No outro campeonato, torci e vibrei para o time do Rio de Janeiro, indo na contramão dos que torciam ao meu redor. Argumentei, expliquei o porquê de torcermos pelo time do Rio, mas em vão.
Foi então que desde a quarta-feira passada, quando assisti  a final da “Copa do Brasil”,  Santos  x Penarol,  imaginei quantas pessoas estariam torcendo para o time Uruguaio, só para não ver o Santos vencer o campeonato.
Nesse caso eu pergunto: onde fica a compaixão, o amor ao próximo, o respeito ?  E aí eu me lembro dos discursos de muitos de nós sobre o amor.  Como posso dizer que amo se escarneço da minha amiga e do meu amigo quando seus times perdem?  Você pode achar que essa reflexão que estou fazendo, é uma bobagem, que existem coisas mais sérias para se pensar, que são só brincadeiras, mas não!  O futebol tem sido um instrumento de violência! Basta recordar o final do jogo dessa quarta-feira onde os jogadores se atracaram como animais irracionais! Que cenas deprimentes, ridículo! Homens! Profissionais do esporte que não sabem perder! Basta pensar nos noticiários da segunda-feira; tragédia anunciada, torcidas que brigaram, jovens mortos por tiros ou pauladas, famílias chorando a perda de seus entes queridos por causa de f u t e b o l!

Precisamos refletir sim! Somos cristãos. Temos que mudar nossa postura dentro de casa, ensinando aos pequeninos que nos rodeiam, (filhos, sobrinhos, irmãos mais novos); que esporte  tem que ser encarado como diversão! Ganhou? Que legal! Perdeu? Que pena, mas não se pode ganhar sempre!  Na vida não se ganha sempre e isso é importante aprender desde a mais tenra idade!  Não somos “perdedores” quando perdemos (?). É que perder faz parte da vida! Mas isso é outro assunto, vamos ficar só no futebol por hoje.

Quero exercer até no futebol, minha postura cristã. Sei que meus amigos e colegas de trabalho que conviveram por tantos anos ou convivem comigo, me conhecem e podem dizer que tenho essa postura!
Quero ter um comportamento cristão também com relação ao futebol. Vou continuar sendo aquela torcedora do meu time, mas sem estresse, ganhando ou perdendo. Não vou mais fazer chacota ou brincadeiras com o time perdedor. Afinal de contas, tenho vivenciado o que Deus nos ensina sobre o “Fruto do Espírito”, em outras  áreas da minha vida, porque não nessa também?

 “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” Gálatas 5:22

“Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.” Gálatas 5:25-26

Veja que Deus nos ensina todos os detalhes para termos uma vida que o agrade e que a nós, faça bem interiormente; pois quem vive dessa forma que Ele descreve acima na sua Palavra,  consegue ter paz e ser feliz.

Hoje estou falando de futebol.  Mas os ensinamentos que contém a Palavra de Deus, aplicados em qualquer outra situação, nos faz mais feliz e nos dá paz interior verdadeira.
Um grande beijo especial para meus amigos verdadeiros que torcem por outro time que não o meu;
Robson e Michele, que foram os maiores contribuintes da minha reflexão.
Carinhosamente,
Soraya Barros

2 comentários:

  1. Eh minha amiga de outro time, infelizmente, o que deveria ser diversão tornou-se, não há pouco tempo, motivo de violencia. Essa leitura faz a gente refletir bastante nessa questão, onde entra violência física e até psicológica, podendo pensar até em torcedores que sofrem de Bullyng. E vc está certíssima quando diz em exercer a postura Cristã também no futebol. Parabéns pela mensagem de paz e harmonia. Você é abençoada, amiga!

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  2. Obrigada minha amiga! continuo te amando todos o dias!
    Deus abençoe vocês!

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